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10 coisas que você provavelmente vai compreender depois de morar na Itália


Mi piace Barbara Bueno. È una delle poche brasiliane in Italia che sanno dare la giusta obiettività nella loro scelta di vita all'estero, senza critiche stupide o inutili. Forse dovrei imparare da lei a essere piú tollerante, ma se non ci sono riuscito in tutti questi anni penso che non ci riusciró mai. Questo é l'ultimo suo post. Buona lettura.

10 coisas que você provavelmente vai compreender depois de morar na Itália



Diversas vezes aqui no site disse que nem sempre a vida de um brasileiro na Itália é fácil: já expliquei porque acho que você não deve aceitar qualquer emprego na Itália, respondi a diversos comentários sobre as diferenças culturais e a dificuldade do processo de adaptação. Mas independente da Itália ser o lugar certo para você e o país onde você será feliz, eu acho ótimo que mais brasileiros venham morar na Itália. Por quê? Porque você estará ajudando o Brasil a se tornar melhor, já que provavelmente vai aprender muita coisa…


1- Somos uma vitrina do Brasil no exterior

Os brasileiros são uma vitrina do Brasil no mundo. E vamos ser honestos: brasileiro é trabalhador, bem humorado, pronto para aprender e melhorar e tem uma ótima capacidade de adaptação. Nós, brasileiros, ajudamos a construir a imagem do Brasil na Itália, relembramos que o Brasil existe, falamos das nossas “saudades”, das boas lembranças do nosso país. Muitos amigos e colegas de trabalho italianos já viajaram ao Brasil depois que me conheceram. E todos amam essa “leveza brasileira” (que a gente tende a perder depois de muitos anos de Itália, ou não?).

2- Conhecemos os defeitos de um outro país

Nenhum país é perfeito e você terá a confirmação dessa afirmação quando morar no exterior. Não só no Brasil existem políticos corruptos, gente trapaceira ou problemas dos mais variados níveis. Recentemente no Brasil quiseram comparar as ações do “salvador” Moro a ação “Mãos Limpas” na Itália e, olha só, depois de Mani Pulite, a Itália não se tornou um país menos corrupto: políticos construíram um império alterando leis a seu próprio benefício, os discursos demagógicos e populistas sempre existiram. E não quero nem falar de Bungabunga porque podem ter crianças lendo este artigo 

3- Descobrimos que o povo pode ter uma voz

Talvez o que faça mesmo a diferença no final das contas é a ação da população, que junta se mobiliza para reivindicar causas específicas dentro das leis. Por exemplo: aqui na Itália querem construir uma central para queima de lixo em uma cidade bucólica e a população se une em comissões, com ações legais a fim de impedir que isso aconteça. E invés de usar simplesmente o Facebook para reclamar, usam as redes sociais para informar sobre uma causa e como resolver um problema. Blablabla não resolve nada, no máximo deixa a alma mais leve (será?). Somente nos últimos anos o povo brasileiro começou a dizer a sua e defender seus direitos. Que tenhamos a força de lutar por nossos direitos e pelo nosso espaço invés de aceitar que “as coisas são assim”.

4 – Aprendemos coisas novas que depois podemos compartilhar com outros brasileiros

Viver em um outro país significa aprender coisas novas. Coisas boas e ruins, claro. Mas a parte positiva é que depois podemos compartilhar as coisas boas com outros brasileiros e, assim, ajudamos o Brasil a ser um país melhor. Podemos ser o filtro para um novo olhar, uma nova maneira de ver o mundo, criar o diálogo, descobrir novas soluções e alternativas.

5 – Compreendemos que trabalhar é bom, mas lazer também é importante

Se existe um povo que cultua o lazer é o italiano. Já escutou a expressão “dolce far niente” (doce fazer nada)? Pois então. Os italianos acreditam que é necessário um tempo de lazer de qualidade e as cidades investem em ações gratuitas para o lazer da população como shows, eventos e até cursos gratuitos (ou quase). Quando morava em São Paulo, a maior parte das minhas atividades de lazer era a pagamento: ir para um lugar particular e gastar dinheiro. Quando já morava na Itália lia as notícias do “rolezinho” que a população mais humilde fazia nos shopping centers que causava desconforto. Será que não é uma questão de falta de espaços para lazer? Praças bem cuidadas, centros culturais com atividades acessíveis para todos. Além de comer, domir e trabalhar o que fazemos nas nossas horas livres? (além de usar o facebook e jogar pokemon go.. :D)

6- Nos emocionamos quando o Brasil é um sucesso

A gente fica mais vulnerável quando mora no exterior. Pode ser que você esteja vendo um jogo e ao escutar o hino do Brasil se debulhe em lágrimas. Cada coisa boa que acontece relacionada ao Brasil é um motivo de orgulho e nos tornamos verdadeiros torcedores do nosso país – e não me refiro apenas a competições esportivas. Queremos que o Brasil dê certo mesmo à distância porque o sucesso do Brasil se reflete no nosso sucesso pessoal. E às vezes o dinheiro não basta: não é que os italianos respeitem mais os sheiks arabes milionários que gastam rios de dinheiro na Italia e vivem em países miseráveis… Se é que vocês me entendem…

7- Disseminamos a brasilidade no mundo

Espalhamos a cultura brasileira pelo mundo, embora seja difícil entender hoje o que isso realmente significará no futuro. Mas acho que é um ótimo modo de marketing turístico e de “produtos” brasileiros. Se a gente pensar nos imigrantes italianos do final do século XIX.. me vem em mente pizza e spaghetti reconhecidos como um dos símbolos da Itália. Neste momento quando falam do Brasil os italianos pensam em música e ritmo, alegria, futebol, praia. Mas não é verdade que todos italianos são ignorantes em relação ao Brasil, aliás diria que os italianos conhecem muito mais a história e política mundial do que muitos brasileiros.

8 – Percebemos que coisas simples não são sinônimo de pobreza

Na Itália existe uma grande valorização da simplicidade: um piquenique em um jardim da Toscana em uma tarde de verão, um almoço feito em casa com ingredientes locais de qualidade, um passeio a pé no centro da cidade ao ar livre. Se essas coisas na Italia parecem fantásticas, no Brasil elas são quase pejorativas: quem leva comida no parque é “farofeiro”; não saber cozinhar é quase “chique” e o centro das grandes cidades muitas vezes é lugar de bandido. Será que não é hora de voltarmos a ocupar espaços públicos, aprendermos a saber o que tem no prato de comida que comemos, tirarmos da cabeça essa coisa de “classe A, B, C, D…”.

9 – Aprendemos que a cultura paga as contas

Em um momento em que a política brasileira faz o possível para acabar com a cultura, na Itália existe a consciência que é possível viver de cultura. Basta pensar em cidades como Florença, Roma e Veneza que souberam investir em cultura e arte no passado e ainda hoje colhem seus frutos. A quinta edição de “Io Sono Cultura” realizado pela Fondazione Symbola e Unioncamere divulga os números que comprovam que cultura gera renda: as empresas do sistema produtivo cultural italiano (indústrias culturais, indústrias criativas, performing artes e artes visuais, atividades ligadas a administração do patrimônio histórico e artístico e produção de bens e serviços com moto criativo) geram hoje 78,6 bilhões de euros (5,4% da riqueza produzida na Itália). Que chegam em 84 bilhões (o 5,8% da economia italiana) se incluirmos as instituições públicas e non profit. E tem mais: a cultura estimula outros setores da economia. Para cada euro gerado pela cultura se ativam 1,7 em outros setores, e o turismo é o principal beneficiado. Somente as empresas do sistema produtivo cultural (443.208 que representam o 7,3% de todas as empresas italianas) oferecem trabalho a 1,4 milhões de pessoas, ou seja, 5,9% do total de trabalhadores ativos na Itália (1,5 milhões e 6,3% se incluirmos o setor público e non profit). Quer saber mais? Baixe o PDF aqui.

10 – Principalmente cai a ficha que o “país do futuro” não pode ser um país de miseráveis

Simplesmente não é possível ser um país de sucesso onde há gente que não tem acesso a condições básicas de vida: um trabalho que gere uma renda digna, moradia de qualidade, escola pública e saúde para todo mundo. Não dá. Um futuro de sucesso passa pela inclusão social. E a esse propósito, o texto “Da relação direta entre ter de limpar seu banheiro você mesmo e poder abrir sem medo um Mac Book no ônibus” do Daniel Duclos é perfeito.

A Itália não é perfeita, o Brasil não é perfeito. Existe o lugar certo para a gente no momento certo. Mudar de país é uma experiência enriquecedora, mas também cheia de desafios e obstáculos. Você está pronto? Prepare-se e venha.

Aviso aos leitores: este artigo reflete a opinião pessoal da escritora. Opiniões diferentes e informações novas são bem vindas.

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