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Por que o Brasil é tão caro?


È da anni, e non sto esagerando, che affermo che il Brasile é un posto molto caro. Basta fare la spesa in qualunque supermercato e confrontarla con un qualunque paese europeo o di un altro paese a vostra scelta. Peccato che raramente venga creduto. Forse perché trovo un infinità di imbecilli che affermano che l'euro vale 3 reais (anzi, ora vale quasi 4), quindi a conti fatti la vita qui costa un terzo, o un quarto, che in Italia. Poveri stupidi!

Ma anche tra i brasiliani non é che cambi molto. Quante volte mi sono sentito dire, quando parlavo dell'Italia, che lá la vita é molto cara? Poi, chissà perché, molti di loro vanno negli Stati Uniti per comprare quello che gli serve.

Quindi é raro trovare articoli in cui si parli, in modo piú o meno obiettivo e realista, su questo argomento. Specialmente da un giornale come BrasilPost, la versione brasiliana dell'Huffington Post, uno dei quotidiani tra i piú ridicoli, se me lo concedete, io che abbia mai visto. Ma come sempre c'é l'eccezione che conferma la regola.

Interessanti due dati: il primo in cui si paragona il prezzo di un iPhone (ma potevano farlo con qualunque articolo) in proporzione al reddito pro capite di alcuni paesi, e si nota che, per esempio, in Italia questa percentuale non arriva nemmeno al 4%, mentre in Brasile supera il 10%. Altro dato, piú da "elite" e il prezzo di una bottiglia di champagne (ma perché non hanno preso in considerazione della semplice mortadella o una lattina di Coca Cola?). Anche qui il risultato é lo stesso: L'Italia meno cara e il Brasile con prezzi assurdi. Ma perché, il pane a voi sembra che costi poco? E il latte?

Triste, ma reale, il finale di quest'articolo: "... il desiderio di creare uno Stato con l'intento di sanare la nostra povertà e la disuguaglianza, abbia invece creato una macchina che crea e perpetua queste due cose".

O Brasil é um país caro. Exemplos de quão mais caro paga-se no Brasil por uma ampla família de produtos abundam -- de vestuário, passando por mobília e alimentação, até itens eletro-eletrônicos. Um produto cujo preço local relativo costuma receber bastante atenção é o iphone. O gráfico abaixo mostra o preço de um modelo do smartphone para uma série de países. O Brasil aparece no topo -- o aparelho aqui é vendido 50% mais caro do que o preço do lugar onde ele é mais barato.


É tudo caro!
Engana-se quem acredita que apenas itens eletroeletrônicos ou tão somente um punhado de bens em geral são relativamente caros -- um site fez fama recentemente mostrando, em tom de galhofa, como pelo preço pedido de alguns imóveis no Brasil era possível adquirir imóveis mais novos, modernos e espaçosos em cidades atraentes em países desenvolvidos. O fato é que um exame comparativo revela mesmo que muitas outras coisas no Brasil têm preços muito similares àqueles cobrados em outros países. A carestia é geral e não apenas exclusiva de "bens de luxo". Quando considera-se que a renda média do Brásil é menos da metade da renda percebida, em média, nesses países, logo fica claro como os preços são elevados, traduzindo-se em um poder de compra relativamente baixo. Veja no gráfico abaixo, por exemplo (e voltando ao caso do Iphone), quanto o aparelho custa enquanto proporção da renda per capita do país.


Algumas semanas atrás, a empresa responsável pelo famoso aplicativo para smartphone de preço e rating de vinhos (Vivino) anunciou que tinha criado uma espécie de índice de paridade de poder de compra batizado com o nome da famosa champanhe francesa Veuve Clicquot (ver aqui). O índice propõe apontar o custo da garrafa da bebida em vários países -- refletindo, em alguma medida, os custos de produção (impostos inclusos) de cada lugar. O gráfico abaixo mostra por quanto a garrafa da bebida em questão é vendida em vários países. Advinha em que lugar ela é mais cara?


Uma hora a ficha cai
Há quem ainda se surpreenda em como o Brasil é um país caro. Uns descobrem isso comprando iphone. Outros comprando pão (li um relato dia desses de uma brasileira que vive em Paris atônita em como o preço do pão com uva numa padaria carioca era assustadoramente maior do que o mesmo tipo de pão nas melhores padarias parisienses...).

Uns descobrem aos 20 anos. Outros aos 60. O espanto deve ser comparável àquele que temos quando descobrimos -- sei lá -- que o sol vai morrer (e com ele, a vida na terra como a conhecemos) ou que os números primos são os "átomos" de todos os números (uma propriedade tão útil quanto fantástica). Antes tarde do que nunca.

Por que tudo é tão caro?
Mas o que interessa mesmo é saber a razão disso. Afinal, quem é o culpado de tudo ser tão mais caro aqui? A resposta curta é a seguinte: as coisas são caras no Brasil, em boa parte, porque há aqui uma combinação perversa de governo grande e patrimonialista.

O governo é grande porque, em essência, a Constituição Federal promulgada em 1988 coloca em seus ombros uma grossa cruz de "direitos sociais" a ser carregada. Governo não tem dinheiro -- tudo que tem é obtido via empréstimo ou via subtração das rendas do trabalho dos indivíduos na forma de impostos. E para (mal) honrar suas obrigações (moradia, educação, previdência, saúde, segurança, lazer, etc, etc, etc), não vê outra saída senão taxar, direta ou indiretamente, seus cidadãos -- estamos falando aí de quase 40% da nossa renda. Essa concessão generosa e desenfreada de toda sorte de "direito" e benefício público criou um gigantesco problema fiscal que exige aumento de carga tributária e ameaça, pelas implicações que tem sobre juros e inflação, nos colocar em um longo período de estagnção econômica (uma excelente análise em detalhe disso pode ser visto no artigo dos economistas e Mansueto Almeida Jr., Marcos Lisboa e Sameul Pessoa, que pode ser visto na íntegra aqui).

O fato é que com um governo grande e economicamente poderoso, não é de se estranhar que atraia para suas entranhas grupos interessados estritamente na extração de parte do bolo de renda que arrecada ou no uso de suas prerrogativas regulatórias para benefício pessoal.

A natureza patrimonialista do governo -- essa coisa imiscuída entre público e privado, herança de nossos colonizadores -- permite que o mesmo seja capturado por bandidos disfarçados de empreendedores, passando a edificar em nome desses todo tipo de restrição/barreira à competição do lado da oferta para proteger os incumbentes às custas do pessoal do lado da demanda -- eu, você e nossos vizinhos. A disputa Uber vs.Taxistas e os generosos estímulos ao setor automobilístico são vívidas ilustrações das restrições a competição criadas pelo governo. Sem sofrerem os desafios de níveis razoáveis de concorrência (interna ou externa), as empresas acabam gozando de maior poder de mercado (a habilidade de cobrar e vender por preços muito maiores do que os custo médio de produção). Sem concorrência, fica fácil para as empresas coludirem entre si para capturar os agentes regulatórios do governo (políticos e funcionários) e pedir-lhes que criem todo tipo de barreira artificial à entrada de novas firmas no mercado -- sempre, é claro, disfarçado de defesa do consumidor (e.g., riscos à saúde, proteção da indústria). Veja, por exemplo, os argumentos que os órgãos de classe -- como a Ordem dos Advogados e o Conselho Federal de Medicina -- justificam a defesa de barreiras à entrada nesses mercados (na forma de licenças para o exercício da profissão ou, no caso do CFM, na forma de restrições à criação de novos cursos).

O mal disfarçado de bem
O mais interessante e tristemente irônico disso tudo -- se você, claro, compra essa ideia, porque há quem ache que um governo grande e gastão é o que vai nos levar à riqueza material de que gozam os suíços... -- é que no afã de criar um Estado que remediasse nossa pobreza e desigualdade, criamos uma máquina que cria e perpetua essas duas coisas. Triste. Mas como diz o provérbio, estamos apenas recebendo o que pedimos.

Fonte: BrasilPost

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